quarta-feira, 23 de março de 2011
Cyrela Commercial Properties vê escassez de escritório e parte para novo rumo
Como forma de se antecipar à escassez de oferta no segmento de escritórios, cujos sinais já começam a aparecer, a Cyrela Commercial Properties está apostando na área industrial como trampolim para ganhar uma fatia maior do mercado imobiliário comercial no Brasil. Ainda pouco comum no Brasil, a construção de galpões para armazenagem e logística ganhou maior importância nas operações da CCP, tradicionalmente voltada a empreendimentos comerciais sofisticados (os chamados "Triple A"), com a constatação de que grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro possuem cada vez menos espaços para se construir. "O segmento industrial, concentrado em logística, é pouco explorado no Brasil. Vemos muito potencial e oportunidade para crescer olhando para São Paulo e Rio de Janeiro", disse o vice-presidente financeiro da CCP, Dani Ajbeszyc. Em novembro passado, a CCP firmou parceria com a AMB Property Corporation, uma das maiores empresas do mundo em propriedades logísticas, passando a atuar como sua plataforma no Brasil. Hoje, a CCP tem quatro projetos de galpões em desenvolvimento, sendo o maior deles na região de Cajamar (SP), com 180 mil metros quadrados. "O segmento de escritórios ficou mais restritivo. No industrial vejo potencial enorme de crescimento porque a base instalada é muito pequena e a demanda é muito grande. Estamos nos esforçando para crescer nesse segmento. Percentualmente, o maior crescimento da empresa virá daqui", disse Ajbeszyc. Segundo o executivo, o investimento em cada projeto fica entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, com a vantagem de disponibilidade de terrenos adequados próximos a rodovias. Em paralelo, Ajbeszyc disse que a CCP está confortável para cumprir o plano de investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos, incluindo quatro prédios de escritórios e cinco shoppings em desenvolvimento. "Estamos muito confortáveis, com posição de caixa boa e espaço para aumento de endividamento". Depois de concluídos, conforme o executivo, os empreendimentos em andamento serão responsáveis por dobrar o faturamento da companhia. Em 2010, a receita líquida foi de R$ 242,3 milhões. A CCP encerrou 2010 com portfólio avaliado em R$ 1,8 bilhão, considerando empreendimentos prontos. "Os projetos em andamento] elevariam o portfólio a pelo menos R$ 3 bilhões", segundo Ajbeszyc. Engessado durante anos, em decorrência do atraso de quase duas décadas sofrido pelo mercado imobiliário brasileiro, o segmento de imóveis comerciais se tornou mais dinâmico recentemente. Mesmo assim, já sofre os efeitos da escassez de terrenos adequados, resultando em um descompasso de oferta e demanda. "Não há mais escritórios e a vacância é baixíssima. No nosso portfólio, a vacância é zero. Com isso, os preços estão subindo de forma substancial", disse ele. Conforme o executivo, os preços de imóveis comerciais tendem a se manter em alta por, pelo menos, mais dois anos. "Nos próximos dois anos os preços ainda crescerão em termos reais". No caso de escritórios, a saída apontada por Ajbeszyc está na ocupação de espaços. Ele descarta a migração para bairros menos explorados na cidade de São Paulo, por exemplo. "Hoje o que está havendo é uma conexão entre regiões. Os buracos onde há espaço para construir estão sendo preenchidos", assinalou, acrescentando que, no caso da capital paulista, a região do Largo da Batata, continuação da avenida Brigadeiro Faria Lima, tem hoje o maior potencial de desenvolvimento.
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